quarta-feira, 29 de abril de 2009

Carta de Repúdio

Eunápolis, 25 de março de 2009


Aos Srs. Cidadãos Eunapolitanos


Eu sinto a carne tremer, o forte cheiro de ódio, sinto dor nos meus ossos, paralisia constante. Onde eu estou agora? Estou num ponto de ônibus na linda cidade de Eunápolis. Dependo completamente da bondade burguesa dos ônibus da empresa Eunapolitana. Chego a ficar horas esperando alguma linha para que eu possa chegar até o meu destino, e não tenho sangue de barata!

Repudio qualquer falta de respeito com o consumidor, quanto mais a um consumidor de muitos anos, que paga caro para usufruir dos mínimos serviços que oferecem. A condição mecânica dos veículos é gritante até mesmo para quem não entende do assunto. A boa aparência e o conforto não existem, sem contar da imprudência de alguns motoristas.

Como se já não fosse um absurdo, tenho que desfrutar do mau-humor dos cobradores, que em vez de apaziguar toda uma situação desconfortável, agem como ditadores. Não é exagero não, e muito menos sensacionalismo, isso se chama descontentamento. Cheguei a perder compromissos impreteríveis, que me causaram sérios danos, e não houve quem me remunerasse.

No fim do ano, houve um aumento de 25% da tarifa, um absurdo, pois não teve nenhuma mudança significativa para tal modificação; as linhas, os horários e o tec-tec dos ônibus continuaram os mesmos. Mas para a minha surpresa, fui informada que a empresa acabara de ser vendida para o atual prefeito da cidade, que por grande coincidência já está com seu mandato ao fim.

A sensação que tenho é que estou vivendo em pleno século XXI em uma sociedade Absolutista, onde o poder está concentrado na mão de um só – quando na verdade são vários –,tomado pelo monopólio comercial e sua “bondosa” burguesia. Estou só nessa viagem?


Atenciosamente,



Camila Prtz Simões

Tirinhaas





No princípio era o verbo, mas agora...

Eu gosto de verbar, diz o Calvin
Tu gosta de verbardes? Que isso Maria?
Ele gosta de verbar
Nós num sabe verbar...
Vós sabeis verbar?
Só o Antônio e o Calvin sabem!
...Com o tempo conseguiremos tornar o Brasil um país "preconceituar"

Milla Prtzt

Carta aos Professores do IF-BA

Eunápolis, 25 de março de 2009



Aos Srs. Professores do IF-BA Campus Eunápolis

Se (você é daquele tipo de professor que não aceita opinião de ninguém e não gosta de ser questionado) então
Escreval(“Nem leia essa carta”)
Senão
Escreval(“Obrigada pelo carinho”)
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Fim_se

Já perdi a conta de quantos brincos eu já tive, já perdi celular, já esqueci a compra no supermercado logo depois de ter pagado, já esqueci até a data do meu próprio aniversário. Mas o que não deu pra esquecer mesmo, por mais que eu quisesse, foram os meus professores. Ê povinho difícil viu? Eu lembro da tia Marinalva do Jardim 1, isso para uma memória afetada como a minha é muita coisa.

Professores, vocês não fazem idéia de como conseguem marcar a nossa vida em tão pouco tempo. Vocês são como componentes de uma família, querem ver?

Existem professores irmãos, que são aqueles que estão sempre do nosso lado, te enche a paciência, te chama de psicopata, infeliz, seqüela, mas no fundo você sabe que “aquilo” não passa de um ser tentado pelo espírito do coisa lá...(risos)
Existem os professores pais, aqueles que dizem te amar, porém você custa a entender aquela forma de amor, que parece muito mais carrasco.
Existe também o gênero dos avós, composto por aquele tipo de professor que mima o aluno em tudo, ele passa um trabalho pro dia 29 de fevereiro, e se o aluno esquece... ele deixa entregar no dia 31 de fevereiro, por exemplo! Mas dentro desse gênero há uma espécie bem diferente, que são os bisavos, estes são tradicionais até a alma, e se o uso da palmatória não tivesse sido extinguido usariam até hoje.
Existem os professores filhos, “Filhos de uma P...” são mal humorados, infelizes no que fazem, trabalham sem amor, e pro azar dos coitados alunos, não sabem ensinar!
Mas até hoje eu só conheci um professor “Neto”, que professor incrível, nunca vi ninguém amar tanto o que faz como ele, é uma coisa violenta filho, parece que ele pega o estilete abre o seu cérebro e enche de números e letrinhas chamadas de álgebra com muita clareza!

Se você é do tipo rigoroso com as regras textuais, deve estar se contorcendo ao ler essa carta. Afinal, como pode uma pessoa cursando esse nível escolar, escrever um texto assim? Saiba que eu pesquisei e o professor lá disse que a carta é um texto livre, que só vai exigir um procedimento formal a depender do destinatário. Mas mesmo assim, você continua a se contorcer reclamando: E esse primeiro parágrafo aí? Se é que eu posso chamar isso de parágrafo! Eu te respondo: - Se Paulo Leminski pode, por que eu não posso? E nem venha com essa idéia de licença poética, você sabe se eu não sou uma poetiza? Quanto ao meu primeiro parágrafo, que coisa mais linda, nele faço uma homenagem ao professor que me ensina lógica de programação através de um algortimo.

Professores e Professoras, a sua profissão é base para a formação de qualquer sociedade. Pois o professor é um educador, isso vai muito além do que entrar em uma sala de aula e encher o quadro com letras, números e mapas que parecem mais amebas.

Sintam-se vitoriosos. Pois num país como nosso, em que a educação é priorizada e paradoxalmente a forte evidência do descaso, a desvalorização do educador, encontramos professores que amam o que fazem, e compartilham o conhecimento em prol do desenvolvimento.

Sinto-me obrigada a agradecer pelos benefícios que a sua profissão proporciona a minha pessoa e à sociedade como um todo.

Atenciosamente,



Camila Hannah Sampaio Prtz Simões